31.12.10

Feliz ano novo

Estava resolvido. Tudo seria diferente, ele iria começar tudo outra vez. Era o último dia do ano. Rasgou o calendário e pendurou a folhinha do ano novo na parede. Dessa vez faria tudo diferente.

Porém, logo pela manhã acordou no mesmo lugar e fez todas as coisas que sempre fazia. Além da folhinha, nada havia mudado. Ele se esqueceu do principal: Trocar a parte de dentro da sua vida...

21.12.10

Nada

Em alguma tarde os dois se encontraram. O local não era lá muito convidativo, um vagão de metrô daquela cidade cheia de gente. Mas eles se encontraram. Sem dizer uma palavra sequer eles se conheceram, seriam cúmplices do momento.

Os olhos se atraiam e um analisava o outro a medida que o vagão se locomovia. Eles nem sabiam que tinham se encontrado, mas estavam lá. Entre um pensamento e outro eles se encontravam quase sem querer.

Trocaram todas as palavras possíveis, fizeram confissões, mas nem um som foi ouvido além do barulho dos trilhos e das gentes que entravam e saiam a todo instante. Viveram uma vida e trocaram experiências. Um quase pôde sentir o cheiro do outro, o gosto, a textura da pele.

Mas chegou o destino. Entre uma parada e outra eles se desencontram. Depois de um tempo nem sem querer, nem um pensamento sequer, nada.

2.12.10

Libertem nossas calcinhas!

Desde que me casei tem um assunto que sempre está na pauta de discussões: a calcinha pendurada num canto do banheiro. Para meu companheiro isso é um problema, para mim é solução, é tradição feminina passada de mãe para filha geração após geração.

Ele não apenas odeia, ele expulsa minhas calcinhas do banheiro! Não tem mais discussão, de ambas as partes, eu penduro a calcinha ele sorrateiramente vai lá e afugenta as coitadas. De uns tempos para cá elas são expulsas do banheiro e ficam lá, penduradas no varal como se fossem uma peça qualquer do vestuário feminino. Mas eu sou obstinada e minhas calcinhas são resistentes: dia após dia são lavadas no chuveiro e seguem penduradas no canto.

E você, caro leit@r, pode estar pensando: mas á claro, fica horrível uma calcinha pendurada no banheiro. Minha réplica: Que mulher nunca fez isso? (digo mais, a maioria faz diariamente), que mal pode fazer uma calcinha? Que feiúra pode haver numa calcinha feminina? Sinceramente, nem as ‘calçolas’ são feias, até elas conhecem os segredos mais íntimos de sua dona...

Fica aqui meu pedido: homens libertem nossas calcinhas! Deixem que elas fiquem onde nos faz mais feliz. E viva as calcinhas! Viva o banheiro! Viva as mulheres e suas manias intermináveis.